19 de outubro de 2014

50 tons de machismo.

Desafiada por uma amiga, resolvi ler o tão falado "50 tons de cinza", vou dar minha opinião sincera. 



A história é interessante, a narrativa prende e as putaria são melhor do que eu esperava. A minha critica vai para a construção dos personagens. Posso dizer que ler 200 paginas só corroborou para o que eu já esperava. A escritora manteve a linha machista da sociedade que vivemos, não saiu o óbvio ao criar as personagens principais. Grey, o macho alfa, poderoso, bem sucedido, arrogante, confiante, dono de si, sedutor e irresistível. Ana, a presa, tímida, humilde, baixa auto-estima, insegura, e pouco consciente do seu poder de sedução. O que vemos é o clichê homem dominador e mulher dominada, e não me refiro ao sexo, pois esse nem é o tópico das minhas críticas. Fica claro que toda a submissão sexual a qual ela se sujeita é consensual. Eu me refiro a situação psicológica, ao temor de perdê-lo que a domina, da necessidade que ela sente em agradá-lo. Ele impõe sua vontade e consegue o que quer, ela tem que usar de subterfúgios para conseguir algo próximo ao que realmente deseja. É o reflexo da sociedade machista, onde o homem tem porque merece, e a mulher precisa mostrar seu valor pra ter o mesmo que o homem. A mulher é que precisa conquistar seu espaço, o homem já nasce com o dele pronto. 
Vou continuar a ler o livro, mesmo pq, como disse no início, as putarias me surpreenderam positivamente, mas isso porque foram escritas por uma mulher e para mulheres e geralmente mulheres sabem o que mulheres gostam. Mas não acho que vou mudar de opinião. 50 tons de cinza é um triste retrato do machismo no mundo e só reforça a condição da mulher de inferioridade.
Bêj, nao me liga!

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